“Isso é assunto de mulher, fala baixo”.
O corpo feminino historicamente foi estudado a partir de preconceitos e falsas crenças. O silêncio sobre questões importantes da saúde da mulher ainda traz danos no Brasil.
Mesmo assim, as mulheres vêm enfrentando estigmas e imposições. Adentrando espaços de ensino, saúde e se organizando politicamente para reivindicar seu lugar e direitos.
Apesar disso, há muito para avançar. Hoje, por exemplo, 62% das pessoas que menstruam deixam de ir à escola por falta de condições de higiene e saneamento. O debate chegou ao parlamento, mas ainda não se materializou em soluções.
No caso das mulheres negras, o racismo afeta de diversas formas a saúde física e mental. Elas também são as principais vítimas da violência obstétrica. Como garantir e generalizar as informações sobre seus direitos durante a gravidez e o parto?
E mesmo custando a vida de mulheres, especialmente as pobres, o direito à educação sexual e ao aborto seguro ainda estão em atraso. Até mesmo a pílula anticoncepcional, que outrora foi instrumento de liberdade, sabemos hoje que representa graves riscos para a saúde, mas ainda não foi superada por uma alternativa menos danosa.
O Dia 28 de maio é uma data para falar não só da ausência de doença, mas reivindicar a saúde como bem-estar garantido através de direitos sociais, rememorando e mantendo viva a luta das mulheres.