“Quando vamos palestrar em alguma escola pública do Ensino Médio, os professores pedem para não levarmos camisinhas como demonstrativo de prevenção”, disse uma ativista do GAPA – Grupo de Apoio à Prevenção da AIDS. A revelação surpreendeu a platéia com mais de 50 pessoas, no Auditório do Sindisprev-RS, nesta segunda-feira (28). “O não uso do preservativo é uma preocupação recorrente. No caso da camisinha feminina, há falta de material e distribuição por parte do governo”, lembrou Anelise Giacomet, Voluntária do GAPA-RS. Para esclarecimento das mulheres, as voluntárias distribuíram camisinhas femininas e fizeram uma demonstração de uso.
A ausência de políticas públicas, divulgação e orientação norteia o distanciamento com que o Estado trata a população. Sobre outra doença sexualmente transmissível, a Hepatite B, a Ginecologista Esther Pinheiro ressaltou que há vacinas, mas que o governo não as disponibiliza para todos. “Também é uma doença viral, mas a vacina não é encontrada facilmente”, lamentou a médica. "Os governos não criam políticas e condições para combater doenças que atingem as classes menos favorecidas", diz diretora Silvia Vieira, do Sindisprev-RS.
Para descontrair a platéia, Claudete Costa, da Liga Brasileira de Lésbicas e da Rede Nacional Afrobrasileira, distribuiu bolinhas de gude para o público, numa alusão aos nódulos benignos. “O auto-exame, no caso da prevenção do câncer de mama, é fundamental, por isso deve ser hábito para nós mulheres”, disse Claudete Costa, que reiterou a importância do sexo na vida das pessoas. “Sendo seguro, não importa a idade. O sexo é vital em qualquer idade”.
Os trabalhados foram conduzidos pelos diretores do Sindisprev-RS, Sílvia Vieira, Jaime Ferreira e Nilza Chagas.