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Atividade | Novembro Negro SindisprevRS

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Evento no SindisprevRS mostra que o Brasil ainda está longe de ter uma consciência negra

Nessa quarta-feira (22), foi realizado na sede do SindisprevRS, um evento em alusão ao Novembro Negro e ao Dia da Consciência Negra. Com o tema “A importância do Negro na construção do Estado Brasileiro”, o encontro trouxe mesas com debates, palestras e esclarecimentos históricos, além de atividades culturais e artísticas.

Na primeira mesa, na parte da manhã, o assistente social e diretor do SindisprevRS, Jorge Moreira, abordou os diferentes tipos de agressões físicas, verbais e morais que a população negra enfrenta no dia a dia. Lembrou dos ataques sofridos às religiões africanas e “a falta de empatia com aquilo que nos é muito caro.” Assim como, a violência contra as comunidades quilombolas que têm os seus espaços entregues à especulação imobiliária. Violência essa, que também atinge diariamente as mulheres negras no mercado de trabalho com preconceito e desvalorização.

Jorge fez uma crítica a ideia da meritocracia e a forma desigual que os negros e as negras são tratados nos espaços de trabalho. “Mesmo que você estude e se prepare, a cor da pele vai determinar quem vai conseguir o emprego”, explica. Da mesma forma, criticou como “a mídia destaca a questão racial em novembro e esquece de falar nos outros meses”.

Por fim, Moreira destacou o direito à autodefesa do povo negro e defende que isso deve ocorrer todos os dias. “A bala perdida nunca encontra um corpo branco, sempre encontra o corpo negro”. Ele ressalta, ainda, o fato de a população negra ser maioria no Brasil e precisa se comportar como tal. “Mesmo com todos os empecilhos e as obstruções que enfrentamos, nós construímos esse país. Todos nós, negros e negras, brancos e brancas, devemos ser antirracistas”, finalizou.

Na segunda mesa, foi a vez da cientista social, técnica de enfermagem e especialista em formação em saúde pela FIOCRUZ, Vera Beatriz Rodrigues Soares, falar sobre o enfrentamento ao racismo trazendo temas como igualdade, equidade, desigualdade social e o racismo científico. Após, tivemos a participação do “Pernambuco” que participa do Movimento Quilombo Abdias do Nascimento e trouxe um debate sobre a filosofia quilombista.

Na parte da tarde, o evento contou com presença do Procurador do Estado do RS, Doutor e Mestre em Direito, Jorge Luiz Terra da Silva. Considerando o racismo como estruturante, ele fez um relato histórico sobre a escravização e as sequelas que os mais de 300 anos de duração desse processo trouxeram. Segundo ele, existem os fenômenos raciais como o racismo – que pode ser segregacionista e assimilacionista -, o preconceito, o estereótipo, o viés racial e a discriminação.

Terra ainda abordou temas como valores humanitários e dificuldade na construção de políticas públicas que façam diferença para a população. “As desigualdades se acumulam e passam de um domínio (saúde, educação, emprego e habitação) para o outro. Se eu tiver um filho, o problema que começou comigo irá passar para ele, o Estado não dá conta”, explicou.

No final do evento houve a apresentação cultural com o Grupo Corpo Negro e um coquetel de confraternização.

Veja as fotos do evento:
https://www.facebook.com/media/set/?vanity=sindisprevrs&set=a.852544356745392

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