O dia 28 de fevereiro é o dia mundial de combate às LER/DORT. LER e DORT são as siglas que definem as Lesões por Esforço Repetitivo (LER) e os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT). As mesmas são muito comuns nas mais variadas atividades de trabalho desempenhadas – desde o trabalho braçal operário, até o trabalho administrativo. Diferente do que muitos pensam, as LER e as DORT não se dão apenas em decorrência das más posturas e inadequações ergonômicas, mas acabam sendo reflexo da soma destas questões com fatores psicológicos e esgotamentos físicos e mentais. Atualmente, as LER ocupam o topo das causas de afastamentos de trabalhadores no Brasil e por isso necessitam ser encaradas com muito cuidado e atenção.
As LER/DORT são definidas como transtornos do sistema osteomuscular e dos nervos periféricos que atingem principalmente as regiões dos membros superiores como o pescoço, dorso e algumas vezes os membros inferiores. Elas se apresentam a partir de diversos sintomas, entre eles: dores, dormências, fadiga muscular nas regiões atingidas e sensações de irradiação. Além disso, as lesões se revelam em diferentes tipos de diagnósticos específicos, tais como tendinites, sinovites, tenossinovites, epicondilites e diversas outras síndromes de compreensões nervosas. Os transtornos do sistema osteomuscular relacionados ao trabalho são conhecidos há um bom tempo, entretanto, em grande maioria, são associados a serviços mais pesados com esforços excessivos. Apesar disso, com o aumento do número de casos nos últimos anos, percebe-se que as LER/DORT estão afetando trabalhadores de diversos setores, sejam rurais, sejam urbanos.
No serviço público federal percebemos diariamente diversas ameaças de privatização acompanhadas da escassez de recursos materiais, não reposição de trabalhadores através da chamada de novos concursos públicos, ameaças à estabilidade das e dos trabalhadores públicos federais, bem como avanço nos processos de sucateamento dos serviços e das condições de trabalho e outros. Em período de pandemia essas situações acabam sofrendo agravantes, tendo em vista que quem permanece em trabalho presencial sofre exposição não apenas ao vírus, mas também a essas determinadas condições citadas acima – situações essas que intensificam o aparecimento das LER e das DORT, gerando adoecimentos físicos que podem ter rebatimentos na saúde mental das e dos trabalhadores. Além disso, para quem está atualmente em trabalho remoto, as atividades diárias em frente ao computador tornam-se maçantes devido ao longo período de serviço em posições desconfortáveis, com movimentos repetitivos e sem equipamentos adequados para sustentar a carga horária extensa que, muitas vezes, acaba ultrapassando o limite estipulado da jornada de trabalho.
Quando falamos em uma data específica para a prevenção das LER e das DORT, falamos diretamente sobre a saúde e o bem-estar da vida das e dos trabalhadores. As LER e as DORT são questões sérias e de saúde pública. Se você ou outro colega está sofrendo com essas inadequações no ambiente de trabalho – remoto ou presencial –, ou, ainda, já tem sentido os sintomas que acusam essas situações laborais, entre em contato com a SST. Prevenir segue sendo a melhor solução.