Sentados em roda, de forma circular como a tradição africana propõe, colegas se reuniram no SindisprevRS para celebrar o Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha nesta terça-feira (25). O tema foi mulheres negras no mercado de trabalho.
O serviço público, apesar de se demonstrar uma oportunidade de estabilidade e certa ascensão social, na verdade também carrega os resquícios deste Brasil escravagista e tanto usuários quanto servidores negros das políticas sociais sentem na pele esse passado ainda presente.
Descolonizar significa tirar o caráter colonial. Esta palavra ajuda a compreender a formação do Brasil, que se desenvolveu apoiado no sequestro e escravização de africanos. Hoje, descolonizar a consciência, a ação e as relações significa buscar uma transformação radical na sociedade, começando por si mesmo, rumo à emancipação de todos.
O racismo precisa ser combatido de forma coletiva e organizada. A branquitude tem responsabilidade ética de confrontá-lo, cabendo a cada um questionar a herança que sua ancestralidade deixou e agir no sentido de reparação, estando de forma intransigente ao lado dos negros e negras em suas batalhas.
O espaço foi conduzido pela advogada trabalhista Lívia Prestes e pela poetiza Negra Dalila, junto às diretoras Ana Tolentino, Nilza Chagas e o diretor Jorge Moreira. À luz da história de luta do povo negro, os/as colegas presentes compartilharam experiências, se emocionaram e saudaram a resistência ancestral que cultivam e pretendem passar às próximas gerações.