“Temos que aproveitar os primeiros meses para evoluir com pautas que têm a ver com o incremento remuneratório”, afirma presidente do INSS, Alessandro Stefanutto.
Em participação no III Encontro do INSS, realizado na sede do Sindisprevrs (entre os dias 5 e 6 de agosto), o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, se mostrou comprometido com diversas pautas dos servidores. Stefanutto concordou com o diagnóstico de abandono do INSS e com os problemas na atual forma de gestão, causando distorções dentre as quais “dar bom dia não dá pontos” (ou seja, a lógica de numerização do sistema desumaniza as relações de trabalho, transformando o servidor em mero índice para cumprir metas).
O presidente do INSS alegou estar consciente da centralidade da questão salarial para as reivindicações dos servidores. Stefanutto ponderou que é bom aproveitar os primeiros meses para “evoluir com as pautas que têm a ver com o incremento remuneratório, isso é muito importante”. Central para lutas da categoria, a recomposição salarial faz parte da atual campanha salarial 2024, levada adiante por centrais sindicais e entidades representativas dos servidores.
Stefanutto comprometeu-se ainda a encaminhar as demandas pessoalmente: “é para isso que serve o presidente do INSS”. Ele afirmou que vai estar ao lado dos servidores, mas não se apropriará das pautas: “Não adianta eu aumentar a meta 1 ponto, eu tenho que conversar com as pessoas, rodar o país”, ponderou.
Uma das ações mais imediatas anunciadas por Stefanutto refere-se a uma portaria que revê a suspensão imediata (num prazo de 2 meses) do servidor em caso de descumprimento da meta. Segundo Stefanutto, não tem cabimento a pessoa receber a notícia e mal ter tempo para se organizar.
Ao ser indagado sobre o assédio moral, Stefanutto concorda com o fato de que o sistema, como está estruturado, pode ser sim assediador. “É produtivista, é! Isso ganhou força no governo anterior”, enfatizou. Para mudar isso, Stefanutto ressaltou a importância do comitê setorial: “Eu vou participar, vou estar nas reuniões, quero me apropriar e defender”, afirmou.
Apesar das falas positivas do presidente, é necessário cobrar ações efetivas no sentido de levar adiante o que foi debatido. Sendo assim, a mobilização em torno das pautas deve ser ampliada, pois a pressão política é parte essencial da luta por melhores condições de trabalho, salários e, consequentemente, melhor atendimento à população.